Já o irmão mais velho demorou um pouco mais pra lançar seu disco solo, intitulado Noel Gallagher’s High Flying Birds. E sem sombra de dúvida, cada dia de espera valeu à pena. O disco deNoel é disparado o melhor álbum do ano, e a julgar pelo que outras bandas vêm fazendo por aí, é bem provável queHigh Flying Birds seja um dos melhores discos da década.
Se por um lado Liam resolveu investir em algumas velhas fórmulas que sempre deram certo com oOasis, Noel resolveu inovar e mostrar porque é o mais talentoso dos Gallaghers, fazendo um disco experimental e conceitual, daqueles que marcam época.
É bem verdade que algumas músicas fazem lembrar as baladas cantadas por Noel nos tempos deOasis. É algo até bastante natural, porque por mais que ele atire pra todos os lados, alguma hora vai acabar voltando no que sabe fazer de melhor. Além do que, não é segredo pra ninguém que algumas das músicas de High Flying Birds estavam escritas desde os tempos de Dig Out Your Soul, como If I Had a Gun e também a lendária Stop the Clocks, que existe desde muito antes disso mas nunca foi lançada oficialmente pela banda, embora haja uma coletânea de mesmo nome.
Considerações sobre The Death of You and Me: A julgar pelo título da faixa, poderíamos até dizer que Noel escreveu essa música numa tentativa de atingir Liam, ou até mesmo um pedido de desculpas, do jeito Noel Gallagher de ser. Mas esse boato já foi negado por Noel inúmeras vezes. Em todo caso, musicalmente falando, a faixa em questão até tem uns toques de The Importance of Being Idle (Don’t Believe the Truth, 2005), mas traz consigo instrumentos de sopro e uma levada até meio folk em algumas partes.
Sabe aquelas músicas que marcam uma geração e as pessoas cantam o refrão por anos e anos? Aquele refrão pra ser cantado em estádios? (I Wanna Live in A Dream in My) Record Machine, que é outra das que existe desde os tempos do Oasis, é uma dessas músicas, no caso, tem um grandessíssimo potencial pra ser.
E quando pensam que a criatividade, digo, a genialidade de Noel Gallagher chegou ao fim, ele mostra que não, e que ainda é uma verdadeira máquina de escrever hits. Prova disso é AKA... What a Life, que soa como uma continuação de Falling Down (Dig Out Your Soul, 2008).
No restante do disco, o que se segue é um festival de grandes músicas, que muitas bandas dariam um braço pra compor algo semelhante e que nas mãos de Noel Gallagher, algumas delas não viram nem single, seguem esquecidas no meio da obra.
Considerando tudo isso, pode-se afirmar sem medo que Noel Gallagher mais uma vez acertou a mão, e mostra que pode ter uma carreira solo tão gloriosa quanto a que teve durante mais de quinze anos com o Oasis.
Já Liam e seu Beady Eye, que fez um bom debut álbum, vai ter que trabalhar muito se quiser seguir fazendo concorrência ao Gallagher mais velho.
Post by: @javierfreitas
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